domingo, 6 de janeiro de 2013

ARTE E MEDITAÇÃO       -       Frei Betto                                 

     Participei, em fins  do ano passado, de três encontros com grupos de oração em torno do tema arte e  meditação.  
     Toda obra  de arte é sacramento, sinal sensível do que não se vê e, no entanto, ela  expressa. Dela emanam sinais polissêmicos. Ela “fala” a cada observador. E  este estabelece com ela uma relação sujeito-sujeito, dialógica,  interativa.
     A  arte desperta-nos a intuição e a emoção. Nos re-liga com algo que, até então,  escapava à razão. Daí sua relação com a religião. Ela emite sinais que não são  controlados nem pelo artista nem pelo apreciador.  
     A arte,  como a meditação, nos induz ao mergulho no próprio eu, lá onde o ego se desfaz  qual botão de rosa a se abrir em flor, e nos aproxima da ideia de beleza e  harmonia. Enleva-nos, faz-nos apalpar o Mistério, balbuciar o  impronunciável.
      Ao  contemplar ou desfrutar da obra de arte – pintura, balé, música – ela se  metaboliza em nossa sensibilidade. Ao meditar, refluímos os cinco sentidos no  núcleo axial que nos remete ao verdadeiro eu e que, na verdade, é um outro que  funda nossa verdadeira  identidade.
     O  que é, hoje, obra de arte? Há uma dessacralização da arte. O início desse  processo talvez possa ser demarcado pela obra “A fonte”, de Marcel Duchamp,  criada em 1917, e representativa do dadaísmo. Trata-se de um urinol de  porcelana, idêntico a milhares encontrados em mictórios públicos. Exposto em  Paris, está avaliada em 3 milhões de  euros.
     Hoje  em dia o valor da obra de arte, sua aceitação pelo público, tem muito a ver  com a performance do artista. Vide os cantores pop. E é o mercado, apoiado na  mídia, que determina o que tem ou não valor.  
     Muitos  artistas morreram sem serem reconhecidos, como Van Gogh, que em vida jamais  vendeu uma tela. Presenteou seu médico com o quadro “Rapaz de quepe”, que o  doutor aproveitou para tapar um buraco no galinheiro de sua casa... Há pouco  esta tela foi vendida por US$ 15  milhões!
      Todo  artista se julga digno de valor e reconhecimento. Isso, entretanto, depende  dos críticos, da mídia, da reação do público. São raros aqueles que, mesmo sem  cair no gosto do mercado, permanecem fiéis a seu talento criativo.  
     O que pode  ser admirado hoje, pode ser desprezado amanhã. É o caso de um dos  autorretratos de Rembrant. A cada vez que deixava a Holanda, a tela era  assegurada em US$ 4 milhões. Uma comissão de peritos e críticos, que analisou  todos os quadros atribuídos ao genial pintor holandês, concluiu que um dos  autorretratos, embora assinado com o nome dele, não pode ser atribuído a ele.  A obra caiu no  ostracismo...
     O  nosso olho, a nossa sensibilidade para a obra de arte, são condicionados pela  opinião pública. Esta tende a ser elitista. Considera arte o que atrai o  público pagante; e folclore o que atrai pessoas desprovidas de recursos.  
     Não me  agrada a adjetivação “arte popular”. Nessa categoria costumam entrar as obras  de todos que não possuem suficiente erudição artística nem frequentam as rodas  que se fecham em galerias sofisticadas ou palcos refinados.  
     A  meditação, como a arte, exige cuidado, ascese, empenho, confiança na própria  capacidade criativa. Tanto a arte como a meditação nos conectam com o  Transcendente, nos fazem emergir da esfera da necessidade para a da  gratuidade, dilatam em nós potencialidades que nos fazem “renascer”.  
     Não é sem  razão que as religiões, sobretudo em suas liturgias, tanto recorrem à arte e  têm sido, ao longo dos séculos, escolas de artistas. Quantos cantores e  músicos estadunidenses não iniciaram sua arte em igrejas  evangélicas!
     Infelizmente  o mercado nos impõe, pela mídia espetaculosa, o mero entretenimento como se  fosse obra de arte. Nisso se parecem às liturgias que exacerbam nossa emoção  sem nada acrescentar à nossa razão e, muito menos, ao caráter ético de nossa  ação. Vide as showmissas.  
     A arte não  há de ser de esquerda ou de direita, moralista ou inescrupulosa. Há de ser  bela. Consta que eram nuas todas as esculturas e figuras pintadas por  Michelangelo no Vaticano. Até que um papa escrupuloso pediu a Daniele  Volterra, discípulo do genial artista, para cobrir com uma pincelada os órgãos  genitais... censura removida recentemente por peritos japoneses. Volterra  ganhou o apelido de “Il Braguetone”, O  Braguilha...
     Todo  artista é clone de Deus. Extrai de sete notas musicais, dos movimentos do  corpo, do desenho, do barro, do modo de narrar uma história, o que há de belo  no humano e na natureza. Recria ao criar. E sempre o faz a partir de um estado  de concentração comparável à meditação.

Frei Betto é  escritor, autor de “A obra do Artista – uma visão holística da natureza”, entre outros livros.
http://www.freibetto.org/

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Homero Reis

Falta-nos inexperiência

Stuart Atkins e Allan Katcher (1970) escreveram um tratado sobre desenvolvimento humano intitulado LIFO – Life Orientation. Trata-se de um estudo sobre as competências humanas e de uma metodologia para avaliá-las e desenvolvê-las. A tese básica desse trabalho pode ser sintetizada pela seguinte declaração: nossa força é também a nossa maior fraqueza. Isto é: nossas competências quando utilizadas em excesso tornam-se na razão para nosso fracasso. Acidentes de trânsito inusitados são provocados por exímios motoristas; nadadores experientes morrem afogados, ou seja, pessoas habilidosas, por confiarem exageradamente em suas capacidades, acabam cometendo erros primários. Isso ocorre em todos os domínios humanos. Por exemplo, pessoas com certezas absolutas não conseguem ver além de suas próprias certezas, nem imaginar outras possibilidades além daquelas nas quais acredita. Deve haver espaço para a dúvida, para o desconhecido , o inefável, o inexplicável.

Se por um lado, conhecimentos, habilidades e atitudes são essenciais para a construção da competência, por outro, a crença exagerada nos “manuais” limita nossa capacidade de inovar, criar, transgredir, mudar. A experiência é fundamental, mas não deve ser a base de tudo.

Diz o ditado que quem sabe muito não vê o óbvio. Nosso modelo mental é de tal forma afetado pelo conhecimento prévio que nossas percepções são “formatadas” por ele. Tal processo é inegável; no entanto cabe-nos estar atentos para intentarmos outras possibilidades a partir da capacidade de transgredir a norma estabelecida. Veja bem, não faço uma ode à insubordinação; apenas digo que devemos nos permitir inovar. Se assim não fora, estaríamos até hoje nas cavernas.

Mas, nem precisamos voltar tanto no tempo assim. Um dia alguém julgou que o sistema monárquico poderia não ser a melhor forma de gerir uma nação. Mu itos questionaram, outros afirmaram que sempre fora assim e que a lei não permitia mudanças. Com o tempo, a ideia vingou e o sistema foi transformado, a lei alterada e a democracia instalou-se. Muitos achavam que a economia de base escravocrata era a melhor forma de produção; outras ideias surgiram e tudo se fez novo. Em algum momento a terra foi plana, o universo infinito, o voo impossível e chupar manga depois de beber leite era fatal. Alguém teve a coragem de discordar, quebrar o padrão, pensar “fora da caixinha”. É tão perigoso utilizar exageradamente nossas competências quanto julgar que tudo pode ser explicado com o que sabemos e somos agora.

Falta-nos a inexperiência. É com ela que ousamos o inédito; interpretamos a novidade; saímos do script; fazemos o que ainda não foi feito; inventamos o futuro.

Acredite na técnica, na ciência e no método; estude o manual e veja o que está sendo feito; mas, ouse a novidade, pense no abs urdo, relacione os impossíveis, tente o proibido, transgrida a norma. É lá que estará, provavelmente, o caminho novo, a coisa inédita, o senso incomum, o futuro.

Lembre-se: tudo o que hoje é possível foi, há algum tempo, loucura, delírio, tabu, proibição e impossibilidade. A inovação está um passo além do conhecido. Ter a coragem de ir onde ninguém foi nos coloca diante de riscos, é verdade; no entanto, cria possibilidades que podem transformar o mundo.

Reflita em paz!
Feliz 2011!

Amizade Sincera

Renato Teixeira

A amizade sincera é um santo remédio
É um abrigo seguro
É natural da amizade
O abraço, o aperto de mão, o sorriso
Por isso se for preciso
Conte comigo, amigo disponha
Lembre-se sempre que mesmo modesta
Minha casa será sempre sua
Amigo
Os verdadeiros amigos
Do peito, de fé
Os melhores amigos
Não trazem dentro da boca
Palavras fingidas ou falsas histórias
Sabem entender o silêncio
E manter a presença mesmo quando ausentes
Por isso mesmo apesar de tão raros
Não há nada melhor do que um grande amigo

Quer ouvir? Clique no link.

Filatelia

Logo após ter passado por um problema no coração fui a uma clínica fazer alguns exames e na sala de espera encontrei uma revista médica que falava sobre a importância do Hobby na redução do estresse e da ansiedade.
Então me lembrei de um antigo prazer: os selos (Filatelia).
Saí do médico decidido a retomar minha coleção de selos. Já se passaram mais de três anos e minha coleção tem aumentado bastante através de compras, trocas e doações de amigos.
Devo dizer que cada um tem um gosto, uma preferência, um hobby. É importante cultivar os hábitos aparentemente insignificantes mas que nos dão prazer.
Você tem algum hobby e gostaria de compartilhá-lo?
Poste um comentário sobre ele.

Alimentos Funcionais

Para quem deseja começar a conhecer os benefícios dos alimentos funcionais, segue o link abaixo para conferir. 
É só clicar nos alimentos e descobrir para que servem.
Aproveitem!!!


http://www.abril.com.br/alimentos-funcionais/

sábado, 1 de janeiro de 2011

Mais um Blog?!?!

Olá pessoal.

Tenho enviado e-mail para vocês com assuntos que julgo interessantes.
Agora resolví mudar a forma de contato.
O blog é uma maneira de comunicação direta e que mantém os registros das postagens que acabam se perdendo no e-mail.
É uma forma mais participativa e de interação entre as pessoas que podem comentar, acrescentar e sugerir novas fontes.
Tratarei de assuntos que tem me ajudado no dia a dia, como: 
- Alimentação;
- Hobby (Filatelia);
- Autoconhecimento;
- LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais);
- E tantos outros que surgirem.